O livro A menina que abraça o vento – a história de uma refugiada congolesa (Ed. Vooinho), com texto de Fernanda Paraguassu e ilustração de Suryara Bernardi, fez parte do projeto Uma tarde no museu: Mediação de leitura e oficina criativa, na Casa Stefan Zweig, em Petrópolis (RJ). O projeto é coordenado pela professora Cristina Ferreira, especialista em Literatura de Infância, e desenvolvido com alunos da rede pública de ensino, abordando temas como empatia, tolerância e solidariedade entre os povos.
A atividade foi realizada no dia 29 de junho e contou com a participação virtual da autora Fernanda Paraguassu. Veja o que a professora Cristina Ferreira contou para o blog:
Ed. Vooinho: Como conheceu o livro A menina que abraça o vento?
Cristina Ferreira: Conheci o livro fazendo uma pesquisa na Internet sobre livros que tratassem do tema. Me encantei com o título! Foi uma paixão imediata!
Ed. Vooinho: O que achou do livro?
Cristina Ferreira: O livro é de uma delicadeza comovente sem ser piegas. Trata de um tema duro de forma direta sem menosprezar a inteligência das crianças! Apresenta questões como a disputa pelas riquezas da região da R. D. do Congo e como essa ambição desumana descarta as vidas que ali vivem, levando tantas pessoas ao abandono de seu país independe da vontade delas. Sem querer dar lição, o livro mostra que as crianças conseguem se (re)adaptar em diferentes situações de vida. E conhecer e pensar sobre isso, é fundamental!
Ed. Vooinho: Como foi a experiência de leitura com as crianças durante a tarde na Casa Stefan Zweig?
Cristina Ferreira: As crianças adoraram! Fiz uma leitura inicial da capa e perguntei a elas por que será que a menina abraçava o vento? As respostas foram sempre em direção ao convívio, a uma rejeição, a não ter quem abraçar… E no decorrer da mediação, elas foram percebendo que o abraço no vento tinha outra conotação: era uma forma de estar perto do pai de Mersene! Se encontrar através da leitura com uma outra realidade, é oferecer a essas crianças (e suas famílias) a oportunidade de ampliar seu repertório de vivências. Perceber que para além do que vivemos há uma realidade que precisa ser conhecida e pensada. Diz respeito a todos nós! E a alegria foi completa por elas poderem conversar com a autora, tirar dúvidas e trocar impressões! Terminamos a proposta com um afetuoso abraço coletivo!
Uma tarde no museu integra a programação cultural da Casa Stefan Zweig 2024, que tem o patrocínio da Prefeitura Municipal de Petrópolis, por meio do Fundo Municipal de Cultura. A atividade com o livro partiu de perguntas para as crianças sobre o tema do refúgio.
Fotos: Maurício Ferreira
Sobre a Casa Stefan Zweig
A Casa Stefan Zweig é uma entidade cultural de direito privado, sem fins lucrativos. Seu principal objetivo é homenagear a memória de Stefan Zweig na casa que serviu de última morada para o escritor e sua mulher. O museu Casa Stefan Zweig é também um Memorial do Exílio, destinado a divulgar as obras de outros artistas, intelectuais e cientistas que se refugiaram no Brasil durante no período 1933-1945 e que contribuíram para a cultura, as artes e a ciência do país. Fiel ao ideário de Stefan Zweig, pretende ser um centro de referência em defesa da paz, do humanismo e da democracia e esteve entre as finalistas do Prêmio Simon Wiesenthal 2023, criado pelo Parlamento austríaco.
A Casa Stefan Zweig fica na Rua Gonçalves Dias, 34 – Valparaíso, Petrópolis (RJ).
O livro está disponível aqui no site.