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Daniel Montoya conta a experiência na Flip 2025

Editora Voo - Daniel Montoya conta a experiência na Flip 2025

Daniel Montoya, autor do livro infantil Pergunte à floresta – Eporandu ka’agwy upe, da Vooinho, esteve na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, realizada entre 30 de julho e 3 de agosto, em Paraty, no litoral do Rio. Nesta conversa com o blog, ele conta que esta vez teve um gosto especial. O homenageado desta edição foi o poeta Paulo Leminski, conterrâneo de Montoya. O autor da Vooinho participou de bate-papo na programação da Casa Libre e teve a oportunidade de trocar ideias com indígenas e falar de seu livro bilíngue português e tupi-guarani. “O livro é uma coisa quando está na nossa cabeça, mas vira outra quando entra na cabeça das pessoas”. Leia a seguir a conversa com Montoya sobre a experiência dele na Flip:

1. Como foi para você viver a Flip, como leitor e como autor? Qual foi o clima do evento e da cidade de Paraty durante esses dias?

É a terceira vez que participo da Flip, mas esta vez teve um gosto especial porque Paulo Leminski, o homenageado, é conterrâneo meu, curitibano. Paraty fica repleta de casas com programação cultural extensa. Foram mais de 600 eventos de quinta a domingo. Todo esse mundo literário, circunscrito ao centro histórico, faz da cidade um local de encontro. Nem todos planejados, alguns apenas esbarrados numa esquina enquanto andamos atentos ao chão para não tropeçar nas ruas de pedra. Além disso, você sabe que qualquer pessoa caminhando ao seu lado está vibrando na mesma sintonia, fazendo que a experiência não seja a de meramente assistir a uma palestra. Essa ressonância coletiva potencializa o que a leitura já faz por nós, e alimenta nossos espíritos de uma forma muito singular. Com Leminski, a poesia ganhou um destaque especial nesta Flip, e acho que cada um que andou por ali, querendo ou não, saiu um pouco mais poetinha também!

2. Como foi, em particular, a sua experiência como autor na programação da Casa Libre?

A Casa Libre teve uma programação intensa. Muitos momentos com pessoas para fora, se amontoando para ver o que acontecia ali. Eu me impressionei com a qualidade dos e das poetas. Conheci pessoas, me deixei levar pelas suas palavras, e saí dali impressionado, grato pela chance de dividir o momento com tanta gente incrível.

3. Com a presença da ministra Marina Silva e o foco ambiental da Flip este ano, você sentiu que houve mais espaço para discutir a importância da questão indígena na literatura? Como isso dialoga com seu livro Pergunte à floresta?

A Flip teve presença indígena forte. Não sei exatamente se foi superior a edições anteriores, mas foi possível trocar ideias com Geni Nuñes, Tiago Nhamdewa, Claudia Flor D’Maria, e participei também de uma mesa com Eva Potiguara, na Casa Acaso. A sensação é de que os testemunhos deles deixam nossa “vida teórica”, nosso “ativismo de internet” no chão. Pergunte à Floresta é também uma tentativa de fazer com que a floresta não seja só uma abstração, que as pessoas se sentiam chamadas a estar na natureza, no estado de meditação que ela nos proporciona. Sendo assim, acredito que dar maior visibilidade à uma língua nativa deste país, às questões ambientais, acrescenta mais um fio nessa teia que é a pauta ambiental e indígena, em um diálogo bem harmônico.

4. Durante as conversas sobre o Pergunte à floresta, o que mais chamou sua atenção nas reações do público ou nas trocas com outros participantes? Houve algo que fez você olhar para o livro de uma nova forma?

Experimentei falar um ou outro verso também em tupi-guarani, o que imediatamente gerou reações, e cada reação faz a gente também olhar o trabalho de uma forma nova. O livro é uma coisa quando está na nossa cabeça, mas vira outra quando entra na cabeça das pessoas.

5. Para autores que gostariam de vivenciar a Flip, que dicas você daria? Pretende repetir a experiência no ano que vem?

Organização financeira, logística e quanto à programação. Quanto antes decidir ir, melhor as chances de conseguir uma boa hospedagem a um preço mais justo. As coisas inflacionam na FLIP, e é bom também reservar um tempo para conhecer as praias, ilhas e cachoeiras ao redor. Paraty é um paraíso com pontos muito bem preservados. Sobre o ano que vem, vontade não falta

!

Fotos: Arquivo Daniel Montoya

Postado em: 12 de agosto de 2025

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