
A participação da Editora Voo na Bienal do Livro do Rio 2025 foi marcada por encontros potentes, livros transformadores e o fortalecimento da presença do selo infantil Vooinho em um dos maiores eventos literários do país. Realizada em junho no Riocentro, a Bienal deste ano entrou para a história com recordes: 740 mil visitantes circularam pelos pavilhões em dez dias de evento, que coincidiu com o reconhecimento do Rio de Janeiro como Capital Mundial do Livro pela UNESCO.
O selo Vooinho esteve presente com dez títulos no estande da Carambola Literária, um coletivo de editoras e autores independentes coordenado por Moysés Junior, que reuniu uma curadoria diversa e comprometida com a bibliodiversidade em um espaço de 50 metros quadrados. Durante todos os dias de evento, o estande recebeu a visita de estudantes da rede pública municipal e professores, oferecendo uma programação intensa com contação de histórias, bate-papos, oficinas e distribuição de brindes.
Entre os títulos mais vendidos da Vooinho estiveram “A menina que abraça o vento – A história de uma refugiada congolesa”, de Fernanda Paraguassu, e “Pergunte à Floresta – Eporandu ka’agwy upe”, de Daniel Montoya, ambos com forte apelo junto a educadores pela abordagem sensível e atual de temas como refúgio, identidade e cultura indígena. Outros destaques foram “Possibilidades”, também de Fernanda, sobre pessoas com deficiência, e “As guerreiras na história Pataxó”, de Nitynawã Pataxó, voltado para os anos finais do Ensino Fundamental, muito procurado por professoras após integrar a lista de indicações da Gerência de Relações Étnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação (SME).
Além das vendas expressivas, a participação da Vooinho também se destacou pelas atividades com os autores. Fernanda Paraguassu e Sérgio Campante realizaram sessões de contação de histórias, encantando as turmas escolares com leituras e diálogos próximos. Sérgio também conduziu uma oficina de ilustração com carimbos, utilizando imagens de seu livro “Baleia”, convidando as crianças a experimentarem o processo criativo por trás das páginas.

Para Fernanda Paraguassu, a experiência foi memorável:
“Participar de um estande com tantas atividades organizadas especialmente para as escolas públicas foi muito especial. Em meio a tantas informações e estímulos da Bienal, era lindo ver como as crianças paravam para ouvir as histórias e ainda vinham comentar, contar o que sentiram. Desde a organização do espaço, o acolhimento da equipe da Carambola e o contato com as crianças e professoras, tudo foi muito generoso. A Bienal permite essa proximidade do autor com o leitor e, nesse caso, tem um significado muito especial para o pequeno leitor em formação.”

Essa edição da Bienal também foi marcada por uma política pública inovadora: a Secretaria Municipal de Educação do Rio distribuiu vouchers entre R$ 1.000 e R$ 1.400 para cada unidade escolar da rede municipal, destinados à aquisição de livros e materiais pedagógicos. Uma diretriz importante exigia que pelo menos 30% do valor fosse destinado à literatura africana, afro-brasileira e indígena — um passo essencial para a promoção da diversidade no acervo escolar e que refletiu diretamente no interesse pelos títulos do catálogo da Vooinho.
“A presença da Editora Voo e do selo Vooinho na Bienal 2025 reafirma o papel da literatura infantil na construção de um imaginário mais empático, diverso e conectado com o mundo”, afirma Claudia Kubrusly, sócia-fundadora da Voo.
Na véspera da Bienal, a Voo marcou presença na 2ª edição do Rio International Publishers Summit. O evento reuniu o setor editorial em trilhas sobre tecnologia, direitos autorais, leitura, audiobooks e protagonismo feminino. Foi um espaço rico de trocas e conexões para o futuro do livro. Na Bienal, a experiência no estande da Carambola Literária foi um exemplo vivo de como editoras independentes, autores e educadores podem, juntos, transformar o ato de ler em um verdadeiro encontro.