As idealizadoras do livro Narrativas Negras foram destaque no jornal EL PAÍS, em reportagem de Daniela Mercier publicada no dia 20 de novembro de 2020, Dia da Consciência Negra. Isadora Ribeiro e Júlia Rodrigues comentaram sobre o processo de escrever o livro, desde as pesquisas iniciais das personagens que fazem parte da obra até o processo de financiamento coletivo.
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(Foto: MAYARA LAILA / Reprodução El País)
Jovens reconstroem a memória e o rosto de mulheres negras que tiveram suas histórias apagadas no Brasil
Escrito e ilustrado por mulheres, livro ‘Narrativas negras’ traz a biografia de 41 nomes femininos desde a luta contra escravidão. Trabalho lançado por editora foi idealizado pela universitária Isadora Ribeiro, 21
Não se conhece o rosto de Maria Firmina dos Reis (São Luís, 1822-1917), a primeira mulher a escrever um romance no Brasil e pioneira na literatura abolicionista. Tereza de Benguela chefiou um quilombo que reuniu centenas de negros e índios no século XVIII, mas não se sabe ao certo onde ela nasceu nem como morreu. Mulher de Zumbi dos Palmares (União dos Palmares, 1655-1695), Dandara divide historiadores, e a escassez de registros sobre ela torna sua existência para muitos uma lenda. A primeira advogada do Piauí era uma negra escravizada e foi assim reconhecida 247 anos depois de escrever uma carta ao governador da então província denunciando maus-tratos que sofria nas mãos de um novo senhor: “Pelo que peço a V.S. pelo amor de Deus e do seu valimento, ponha aos olhos em mim, ordenando ao Procurador que mande para a fazenda aonde ele me tirou para eu viver com meu marido e batizar minha filha”, escreveu Esperança Garcia, em 1770.
Apagamento histórico, reconhecimento tardio e situações de exploração —e de resistência— coincidem na trajetória de mulheres negras que ajudaram a construir e pensar o Brasil mas estão ausentes dos livros didáticos e de literatura ou, mais recentemente, relegadas a capítulos menores de obras que resgatam personalidades femininas, em sua maioria brancas, de relevância no país. A busca por referências sobre mulheres negras, duplamente ocultadas pelo machismo e pelo racismo, mobilizou cerca de 60 escritoras e ilustradoras a colocar algumas dessas vidas no papel: assim surgiu o livro Narrativas negras – Biografias ilustradas de mulheres pretas brasileiras, uma publicação bancada por meio de financiamento coletivo e lançada em outubro pela editora mineira Voo.
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